Eles seguem-me, mas eu não faço puto de ideia para onde estou a ir...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sons of anarchy









Já tinha andado a namorar a série no blog do Paulo. Mas a forma como ele tem de se sacar as séries que dão na Fox, não era a mais fácil. Ultrapassa as dificuldades, lá passei ontem, domingo, enfiada no sofá a ver a 1ª série completa.

Não vou mentir. Eu gosto de subculturas, subgrupos, etc etc. Esta série acaba por cair um pouco a meio da minha vida face aos últimos acontecimentos por causa do meu ex. Nestes últimos meses tenho conhecido "à força" alguns hells e semelhantes criaturas o que de alguma maneira, ainda que de uma forma muito básica, me preparou para ver uma série destas. O meu olhar era de análise, como quem gosta de reparar nos detalhes de quem já leu muito por aí na net sobre choppers, motoclubes, mcs, bikers, 1%. Reparar nas posições dos lugares da sala de reuniões (estes vão a votos e os outros também?), na forma como se posicionam na estrada (ocupam sempre os mesmos lugares), a relação familiar entre eles, a importância das mulheres e das babies, a regra básica que não matam mulheres e que a familia é sagrada (nada disto difere muito também da máfia italiana) a luta de poderes dentro do clube.

O nome da série deriva do grupo principal da história, os “Sons of Anarchy”, um grupo de bikers 1% (reparei que não havia esse simbolo nos blusões, embora não há enganos, é o retracto de um clube 1%) que vivem numa pequena cidade norte-americana, Charming. O nome da cidade é de uma ironia óbvia, visto que as acções do grupo são tudo menos agradáveis. Enquanto o grupo parece estar apenas ligado pelo facto da grande maioria trabalhar como mecânicos na loja do líder do grupo, sendo este o seu trabalho diurno, na realidade a loja de mecânica de Clay é apenas uma forma de manterem uma aparência quase normal e terem um local para encontros de grupo. A história segue os passos de Jax, filho de um dos fundador do clube, já falecido, O Clay, antigo melhor amigo do pai de Jax e agora marido de Gemma (Katey Sagal), mãe de Jax. (eu só percebi isto quase a meio da temporada).

Os objectivos segundo o historial da série será que o clube tem como missão manter a sua pequena cidade um paraíso quase sem lei, onde estes controlam tudo e todos, ou pelo menos a grande maioria. São considerados quase que a verdadeira lei de Charming, e poucas são as personagens que agem como antagonistas perante o grupo. Eu tenhouma visão diferente. Eu não sei se vi um clube a defender a sua cidade, mas os seus interesses e os seus negócios ilicitos. São tão "irmãos" que às tantas com a dúvida que um deles lhe esteja a montar uma cilada com a policia, tentam matá-lo. Em nome da sobrevivência do clube porque amam muito o "irmão" em questão. Como diria os mafiosos sicilianos "it's only business". Na realidade e na ficção este tipo de "irmandades" sempre me comoveu muito.

É explorada a relação dos Sons com outros gangs e grupos rebeldes como o gang irlandês de revolta, os True IRA, fazem algumas aparições devido a sua ligação ao Sons, assim como variados outros gangs de etnias diferentes, como os One-Niners, um gang afro-americano, os Nords, um gang supremacista, de ideias quase nazis no que toca à descendência étnica e os Mayans (carinhosamente chamados de "Mechicanos"), outro gang rival que controla o território vizinho a Charming. Estes últimos os grandes rivais, o quase que faz lembrar os HA e os Bandidos.

Há 2 cenas que me marcaram nesta primeira temporada. A primeira foi o corte dos testiculos ao violador de menores (se fizesse mais vezes isto talvez houvesse menos violadores); o queimar uma tatuagem não autorizada e não merecida a um fã (supporter) do grupo. Outras marcaram pela realidade da ficção: a verdade dentro do grupo e as meias verdades fora do grupo, mas que depois de ver a decisão do lider na "morte" do "irmão" que supostamente estaria a traí-los... lá se vai a moralidade das irmandades e destes coorporativismos que funcionam sempre pela metade. Mas é um principio bonito e romântico, este dos clubes privados de pessoas que se movem aparentemente por uma paixão. Neste caso as harleys.

A segunda temporada já extreou e as expectativas estão altas para a sua continuação, que pedem tanto a violência já demonstrada na primeira temporada como o desenvolvimento da história a um nível mais complexo, como a contínua deterioração entre Jax e o padrasto e a forma como o clube é afectado pela renovada consciência de Jax. Dos 2 primeiros episódios que já vi, claro que tinha de falar da Genna, que embora não faça o meu estilo de mulher, define bem o que será a 1ª dama de um lider de um clube destes. A que domina, a que integra, a que elege, a que tem o poder de decisão dos que directamente a afectam e é o porto de abrigo do marido. É efectivamente uma mulher que meche com o imaginário feminino de muitas mulheres. Também com o meu, embora em tempos idos pudesse ter mechido mais. A violação dela e a omissão ao marido para não criar uma guerra que o clube poderia perder faz o reforço da força desta mulher. A cumplicidade da namorada (que ela destestava)e do policia é deliciosa. Pouco realista, mas deliciosa.

A banda sonora não é tão cliché como seria de esperar, tendo os esperados clássicos de rock como um cover de “Son of a preacher man” de Bobby’s Elvis, mas também blues e indie, criando uma atmosfera interessante em termos musicais para a série. É, realmente, uma série bastante promissora que tem tudo para melhorar e ser fantástica.

Obrigado Paulo por teres falado na série e obrigado à tv dependente que me ajudou a colocar em blog as ideias que queria transmitir no que tinha visto da série. Estou desejosa que chegue dia 23, e que alguém já tenha posto a série no ar.



Se entretanto alguém que tenha dificuldade em sacar do site do Paulo (tóto na cabeça) tem este link.

1 comentário:

  1. Só por causa deste teu post, já posso dizer que valeu a pena todo o esforço que fiz até hoje no meu blog em prol desta série tão pouco conhecida em Portugal.

    Tenho pena que as minhas indicações para sacares a série não tenham servido de muito, mas o que interessa é que conseguiste sacar de outra forma.

    Vai acompanhando e vai comentando sempre que puderes ;) E eu vou lendo o que escreves também.

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