


Já tinha andado a namorar a série no blog do Paulo. Mas a forma como ele tem de se sacar as séries que dão na Fox, não era a mais fácil. Ultrapassa as dificuldades, lá passei ontem, domingo, enfiada no sofá a ver a 1ª série completa.
Não vou mentir. Eu gosto de subculturas, subgrupos, etc etc. Esta série acaba por cair um pouco a meio da minha vida face aos últimos acontecimentos por causa do meu ex. Nestes últimos meses tenho conhecido "à força" alguns hells e semelhantes criaturas o que de alguma maneira, ainda que de uma forma muito básica, me preparou para ver uma série destas. O meu olhar era de análise, como quem gosta de reparar nos detalhes de quem já leu muito por aí na net sobre choppers, motoclubes, mcs, bikers, 1%. Reparar nas posições dos lugares da sala de reuniões (estes vão a votos e os outros também?), na forma como se posicionam na estrada (ocupam sempre os mesmos lugares), a relação familiar entre eles, a importância das mulheres e das babies, a regra básica que não matam mulheres e que a familia é sagrada (nada disto difere muito também da máfia italiana) a luta de poderes dentro do clube.
O nome da série deriva do grupo principal da história, os “Sons of Anarchy”, um grupo de bikers 1% (reparei que não havia esse simbolo nos blusões, embora não há enganos, é o retracto de um clube 1%) que vivem numa pequena cidade norte-americana, Charming. O nome da cidade é de uma ironia óbvia, visto que as acções do grupo são tudo menos agradáveis. Enquanto o grupo parece estar apenas ligado pelo facto da grande maioria trabalhar como mecânicos na loja do líder do grupo, sendo este o seu trabalho diurno, na realidade a loja de mecânica de Clay é apenas uma forma de manterem uma aparência quase normal e terem um local para encontros de grupo. A história segue os passos de Jax, filho de um dos fundador do clube, já falecido, O Clay, antigo melhor amigo do pai de Jax e agora marido de Gemma (Katey Sagal), mãe de Jax. (eu só percebi isto quase a meio da temporada).
Os objectivos segundo o historial da série será que o clube tem como missão manter a sua pequena cidade um paraíso quase sem lei, onde estes controlam tudo e todos, ou pelo menos a grande maioria. São considerados quase que a verdadeira lei de Charming, e poucas são as personagens que agem como antagonistas perante o grupo. Eu tenhouma visão diferente. Eu não sei se vi um clube a defender a sua cidade, mas os seus interesses e os seus negócios ilicitos. São tão "irmãos" que às tantas com a dúvida que um deles lhe esteja a montar uma cilada com a policia, tentam matá-lo. Em nome da sobrevivência do clube porque amam muito o "irmão" em questão. Como diria os mafiosos sicilianos "it's only business". Na realidade e na ficção este tipo de "irmandades" sempre me comoveu muito.
É explorada a relação dos Sons com outros gangs e grupos rebeldes como o gang irlandês de revolta, os True IRA, fazem algumas aparições devido a sua ligação ao Sons, assim como variados outros gangs de etnias diferentes, como os One-Niners, um gang afro-americano, os Nords, um gang supremacista, de ideias quase nazis no que toca à descendência étnica e os Mayans (carinhosamente chamados de "Mechicanos"), outro gang rival que controla o território vizinho a Charming. Estes últimos os grandes rivais, o quase que faz lembrar os HA e os Bandidos.
Há 2 cenas que me marcaram nesta primeira temporada. A primeira foi o corte dos testiculos ao violador de menores (se fizesse mais vezes isto talvez houvesse menos violadores); o queimar uma tatuagem não autorizada e não merecida a um fã (supporter) do grupo. Outras marcaram pela realidade da ficção: a verdade dentro do grupo e as meias verdades fora do grupo, mas que depois de ver a decisão do lider na "morte" do "irmão" que supostamente estaria a traí-los... lá se vai a moralidade das irmandades e destes coorporativismos que funcionam sempre pela metade. Mas é um principio bonito e romântico, este dos clubes privados de pessoas que se movem aparentemente por uma paixão. Neste caso as harleys.
A segunda temporada já extreou e as expectativas estão altas para a sua continuação, que pedem tanto a violência já demonstrada na primeira temporada como o desenvolvimento da história a um nível mais complexo, como a contínua deterioração entre Jax e o padrasto e a forma como o clube é afectado pela renovada consciência de Jax. Dos 2 primeiros episódios que já vi, claro que tinha de falar da Genna, que embora não faça o meu estilo de mulher, define bem o que será a 1ª dama de um lider de um clube destes. A que domina, a que integra, a que elege, a que tem o poder de decisão dos que directamente a afectam e é o porto de abrigo do marido. É efectivamente uma mulher que meche com o imaginário feminino de muitas mulheres. Também com o meu, embora em tempos idos pudesse ter mechido mais. A violação dela e a omissão ao marido para não criar uma guerra que o clube poderia perder faz o reforço da força desta mulher. A cumplicidade da namorada (que ela destestava)e do policia é deliciosa. Pouco realista, mas deliciosa.
A banda sonora não é tão cliché como seria de esperar, tendo os esperados clássicos de rock como um cover de “Son of a preacher man” de Bobby’s Elvis, mas também blues e indie, criando uma atmosfera interessante em termos musicais para a série. É, realmente, uma série bastante promissora que tem tudo para melhorar e ser fantástica.
Obrigado Paulo por teres falado na série e obrigado à tv dependente que me ajudou a colocar em blog as ideias que queria transmitir no que tinha visto da série. Estou desejosa que chegue dia 23, e que alguém já tenha posto a série no ar.
Se entretanto alguém que tenha dificuldade em sacar do site do Paulo (tóto na cabeça) tem este link.
Só por causa deste teu post, já posso dizer que valeu a pena todo o esforço que fiz até hoje no meu blog em prol desta série tão pouco conhecida em Portugal.
ResponderEliminarTenho pena que as minhas indicações para sacares a série não tenham servido de muito, mas o que interessa é que conseguiste sacar de outra forma.
Vai acompanhando e vai comentando sempre que puderes ;) E eu vou lendo o que escreves também.