Eles seguem-me, mas eu não faço puto de ideia para onde estou a ir...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A vida não é fácil. A minha, particularmente, não tem sido fácil. Algumas vezes, se não, pela maior parte das vezes, porque a complico. Fiz opções erradas, dei passos em falso, passos maiores que as pernas, brinquei com o destino, fintei o futuro, nunca esqueci o passado. Tenho muitos poucos bons amigos. Gosto deles como gosto de mim e estou cá para eles sempre que precisarem. Sei que eles sabem disso. Tive azar no amor. Das únicas 3 vezes que amei a sério, perdi mais do que já tinha perdido no anterior. Tenho algum fascinio por filhas da mãe. Tenho dificuldade em acabar relações que me atiram para vidas novas e sozinhas e aquele olhar para dentro em que falhei mais uma vez.
Não sou santa. Não sou boazinha. Não tenho um caracter exemplar. Não tenho atitudes coerentes. Aquilo que defendia ontem em mutação da vida faz-me defender hoje o contrário. Detesto os tipos que se dizem muito coerentes. Parece que não evoluem e só sabem pensar assim sem qualquer reflexão da vida. A vida muda e nós acabamos por mudar também. Já fumei charros, já snifei coca, já roubei chocolates e chicletes, já andei a 220h/ na estrada, já andei em contramão só porque era divertido, já bebi até cair, já participei em enfifadas e moutins, já chamei nomes a pessoas que não conhecia de nenhum lado. Passou. Já fiz tudo e muito mais e com ajuda das tais grandes paixões da minha vida. Passou. Estou noutra. Redescobri outra forma de estar na vida. Outra forma de conhecer pessoas. Outra forma de estar connosco próprios e até com mais serenidade.
Não me arrrependo de nada. Passos atrás, só para dar 2 à frente. Fiz tudo com a consciência que os fazia e paguei bem caro pela consequência dos meus actos. O problema das pessoas que não evoluiem, que continuam a fazer sempre os mesmos disparates é que por haver sempre quem lhes safe das brincadeiras não aprendem nunca, não evoluem, serão para sempre crianças, não encontram a paz nem a tranquilidade para viver um futuro novo e com novas experiências. Já não consigo viver assim. Já vivi. Hoje quero mais. Muito mais. Se para ter ou ser muito mais, preciso de estar sozinha, que o teja, que o seja, mas estou cansada de fugir àquilo que sou por medo de seguir em frente. Sim, porque o que nos faz infantis é o medo de crescer e de seguir em frente.

Talvez P. Talvez não tenha muita moral para te recrimar o que andas a fazer á tua vida. Talvez. Talvez por termos vivido tanto em tão pouco tempo te fiz acreditar que ía ser sempre assim. Talvez tenha sido eu a enganar-te. Talvez a cria tenha suplementado o criador como dizia o Sardão. Talvez. Mas já passou. Desculpa, mas a vida que levávamos e que ainda levas não leva a lado nenhum. Ou pelo menos não leva a nenhum lugar que me deixe feliz. Não pode levar. Só a velhos hábitos e a velhos fantasmas que eu jurei trancá-los no baú lá de casa. Desculpa P, mas tenho um mundo novo para descobrir e se não queres vir comigo à minha maneira, caminharei sozinha ou com quem me quiser acompanhar.

Gosto de ti. Sempre te disse que viver contigo ou viver sem ti era um inferno. Mas talvez não seja gostar de ti, como pessoa. Talvez seja gostar do tipo de vida que me proporcionáste ao longo destes anos. A adrenalina de andar sempre a fugir de algo que nem nós sabiamos bem o quê. Porque era giro perder a serenidade e a lucidez quando nos apetecia. Porque tinhamos a sensação que dominávamos o mundo mas não dominávamos nada, porque a verdade é que mais tarde havia sempre alguém que nos denominava e perdiamos a razão num ápice. Sim, eu amava mais a vida que levávamos do que a ti. Foste um vicio que me transportava para um passado que eu recusava a sair e via em ti a ponte para o guardar, para continuar a vivê-lo em controlo remoto.

Acabou. Não quero viver assim. Quero recomecar de outra maneira. Ser feliz. estar feliz. Estar serena. Tranquila. Com as minhas coisas e manias. Não é moral. É cansaço. Se vens aqui, como dizes que vens todos os dias, pára de me mandar mailes, mensagens, toques, e tudo o que tens feito nestes últimos meses e que dizes que não tenho moral para te criticar. Não alimentes esse vicio que te destroi e que só cria sarilhos. E aí sim, tenho moral para te aconselhar porque já vivi o mesmo e tu estavas lá e tu sabes qual foi o meu fim. Somos livres de escolher o passo que queremos dar. Se para trás, se para a frente. Eu escolhi o meu.

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