Eles seguem-me, mas eu não faço puto de ideia para onde estou a ir...

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano 2009

Não foi um ano mau. Foi um ano de crescimento. Não de paz nem de serenidade porque a pessoa que sou não sabe viver serena e quando está para ser e estar serena arranja sempre algo para entrar em bulição, destranca os armários para sairem os fantasmas, e tudo isto se repete de ano para ano e não há remédio. Mas foi um ano de aprendizagem. Conseguir manter uma loja de artesanato no comércio tradicional e levá-la ao 3º ano de vida na conjuctura que vivemos é uma vitória. Por isso, este ano que passou também foi de vitórias. Foi um ano de derrotas, e a maior de todas acabou com um relacionamento de amor e de amizade que durava há mais de 5 anos. Houve um pequeno acontecimento este ano que se tivesse sido há uns bons anos atrás teria sido uma dor de cabeça, e este ano deixou-me triste, mas calma. Também foi um ano de desilusões e a maior de todas e sem justiça na importância que lhe dei, foi aquele tipo que teve meia hora comigo se tanto e já dizia a toda a gente que eu era má pessoa. Isto muito antes de eu lhe ter dito por mail que era efectivamente "má pessoa" Mas foi um ano de conhecimento. De auto-conhecimento. Conheci pessoas fantásticas. A Banda entrou para a minha vida e fez-me um bem danado. Foi um ano de justiças. Este ano fez-se justiça num mundo que já não era o que era.

Espera-se sempre que o ano a seguir seja melhor do que o ano que passou. Mas se não for melhor que seja igual.Bom ano a todos os que passam por aqui. Que são poucos. :)

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
e a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta à um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.



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